Para ela
Hoje não foi nada fácil
chegar à concentração,
foste de tal forma hábil
que até me saltava a mão!
Esta ânsia de escrever-te
e que não me deixa dormir
- Levanta-te e pega nele!
DEIXA-ME DAQUI SAIR!!
A verdade é que não teve idade precisa,
não sou canhota,cresceu-me na mão direita,
sinto que me aperta,que me arranha,
que de salto alto me pisa
até finalmente estar feita.
De tão inconstante que é
leva-me até ao limite,
faz-me trazê-la até
quando a ocasião não o permite...
E é aí que tú percebes e sentes
que sem ti não sou eu.
- Diz à Mãe minha querida, quem é que foi que o escreveu?
- Fui eu Mãezinha, juro que é meu!
Escondeste-te quando o conheci,
pensei termos sido egoístas,
mas com o tempo percebi
que no auge da felicidade não costumas dar nas vistas;
Fiquei perdida,senti-me só,
um filho não substitui outro filho,
era como se estivesse fechada,
apertada com um nó
e perdera o atilho.
Acalma-me descrever-te
nos momentos em que não te queixas,
talvez por medo a perder-te
e porque nem sempre me deixas...
A felicidade fez-te frente
e tu,sentida,amuáste,
mas como vês foi tão só e simplesmente
ciúmes de quem criaste.