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É hoje que te vou escrever.

É hoje que te vou escrever.

08
Set17

O militar que faz ponto cruz.

 

Bruno Madeira.jpg

 

 

Lembram-se da polémica recente acerca dos livros da Porto Editora, com o dos meninos a azul e o das meninas a cor-de-rosa? Pois é.

Há sempre uma mente brilhante perdida algures por aí que de quando em vez vem relembrar o quão a sociedade foi e continua a ser sexista. Nem vou falar sobre o grau de dificuldade dos livros para não me desviar do que hoje quero sublinhar.Esse ficará para outro dia.

E perguntam vocês: 

 

- Então e por baixo de que palavras pretende afinal a moça colocar o belo do risco que destaca a coisa?

 

E eu respondo:

 

- Por baixo,mais uma vez, da necessidade de um Mundo limpinho de preconceitos,imaculado,onde passe o algodão e não veja rasto de ignorância e de crueldade.

Desde sempre que o homem que realiza qualquer trabalho/hobby que é associado à mulher foi discriminado socialmente. E normalmente por outros que não podem apanhar um pequeno susto que dão logo outra cor ao boxer e que têm de passar a dormir de luz acesa.

 

Cada vez mais se vê a afirmação necessária mas o receio de muitos fá-los esconderem-se atrás dos seus sonhos e dos seus trabalhos,quantas e quantas vezes realizados na perfeição que a mulher muitas vezes não tem? 

Conhecerão todos o verbo desmistificar? Sou mulher mas há homens que brincam melhor com bonecas,lavam à mão,passam a ferro,estendem a roupa,mudam a fralda, fazem ponto cruz muito melhor do que eu.

 

E por falar em ponto cruz.Temos em Portugal o Bruno Miguel Guilherme Madeira, militar da marinha,bombeiro voluntário,marido e Pai que o faz há muitos anos,certificado por várias entidades e que o faz com certeza melhor que muitas,e muitas,e muitas senhoras.Fá-lo tão bem que as peças são todas personalizadas ao mais ínfimo pormenor e escolhidas ao belo gosto do cliente.

É um hobby que se foi tornando num grande projecto que tem com a sua esposa há já 7 anos e que tem vindo a crescer a olhos vistos. A empresa é a Bis Ponto Cruz e podem visitá-la no site http://www.bispontocruz.pt

 

Um gosto enorme que tenho é falar de coragem.O Bruno confessa que o maior salto foi dado quando foram contactados e convidados pelo programa Grande Tarde,da SIC, o qual podem ver no site.

 

E que grande salto! Dado detrás da obra de arte para a frente das câmaras!

 

De quantos artistas estaremos nós a ser privados por terem receio,vergonha,por lhes faltar aquela pontinha de coragem. Espero chegar a vocês e, em nome de muitos, dizer-vos:

 

- Só vivemos uma vez,arrisquem!Têm receio do quê,de quem? Daqueles que limitam os outros através de palavras e actos que deveriam engolir e não digerir? Então não se preocupem, pois cada vez mais têm menos piu e se piarem finjam que não os ouvem e que não os vêem.

Se o fizerem verão que se tornam mesmo invisíveis.

 

Lembrem-se que o nosso tempo é precioso.

Gastem-no no que realmente importa e dêem-nos o gosto de conhecer as vossas obras de arte como fez o Senhor Cabo Bruno Madeira.

Eu também não vou desistir,nem sei conjugar esse verbo. Vou continuar a escrever até os olhos necessários me lerem.

E se me atarem as mãos,aprenderei a escrever com os pés.

06
Set17

Mais valia o Portugalex,de longe.

 

Portrugalex.jpg

 

 

 

Escrevo de forma apartidária.

Há uns dias ouvi Cavaco Silva dizer que se levantou às 6 da manhã.

Juro-vos,o senhor disse aquilo de tal forma que pensei estar a ouvir o Portugalex. Mais valia.

 

A magia da rádio fez-me imaginá-lo a falar:

 

Com um ar muito sério pois só se faz uma coisa destas uma vez na vida, convicto de um acto merecedor de medalha ao peito,disse-o como o sacrifício que valia a pena fazer para ir ensinar à Universidade. Só que não pensou no momento que o seu destino após tamanho feito seria,precisamente,o Alentejo.

 

Alentejo este onde seriam necessárias resmas de medalhas para distinguir todos os nossos madrugadores de uma vida inteira.Aqueles que o tiveram e têm de fazer,todos os dias, até mais cedo para ganharem o sustento da família, ou aqueles que regularmente o têm de fazer para viajar em trabalho pois precisamos de o fazer para viver, ou na maioria dos casos,para sobreviver. 

 

E pergunto-me como é que,depois de tantos anos, não há sensibilidade para medir o que se diz?

 

Não é suposto o tempo trazer sabedoria? Ou só a traz a quem sempre teve alguma? 

 

E com tanta gente à volta não houve ninguém que lhe dissesse que a nossa região é um destino turístico de excelência, o qual poderia ter aproveitado para visitar no dia antes por exemplo?

Que poderia ter descansado na noite anterior num dos tantos hotéis que temos e assim ir dar a aulinha fresquinho?

 Ah,é verdade,não me lembrava... A reforma do senhor é curta e não dá para estas aventuras.